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Meu filho engoliu o que não devia, e agora?

  • Foto do escritor: Betina Meazza
    Betina Meazza
  • 3 de jun. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 26 de abr. de 2024


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A experimentação sensorial faz parte do aprendizado das crianças. Um dos primeiros impulsos dos bebês é justamente levar todos os objetos possíveis à boca. Para os pequenos, isso não constitui uma fonte de medo, e sim, parte da curiosidade natural. Já para os pais, a ingestão de objetos pequenos pelas crianças é preocupação constante - sendo uma das tantas causas que os levam a buscar pronto atendimentos.


Se seu filho engolir um corpo estranho (como uma moeda, bolinha, ou outros pequenos objetos), não entre em pânico. Veja o que observar e fazer nesses casos:


A boa notícia: grande parte dos objetos engolidos são expelidos naturalmente nas fezes

De acordo com último manual da sociedade brasileira de pediatria sobre ingestão de corpo estranho (2022), estima-se que cerca de 70-80% dos objetos engolidos saiam espontaneamente nas fezes. Aproximadamente 20% dos casos necessitam de endoscopia e apenas deles 1% precisam de cirurgia para a remoção. Confira como proceder:


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1. Avalie a gravidade e urgência

Para saber a gravidade do ocorrido e se estamos diante de uma urgência para remoção do objeto, será necessário saber:

  • Horário aproximado da ingestão do corpo estranho;

  • Tamanho, forma e de que material é feito (metal, plástico, cerâmica, misto, entre outros);

  • Localização do corpo estranho, avaliado por meio de raio X.

2. Objetos que precisam de remoção imediata ou no máximo em 2h:

Objetos longos, perfurantes (pregos, alfinetes, etc.), cortantes, baterias no esôfago e aqueles que obstruem o esôfago a ponto de a criança nem conseguir engolir a saliva. A exceção é para objetos perfurantes ou cortantes que tenham passado o estômago. Se a criança estiver sem sintomas, caberá esperar a eliminação nas fezes no hospital, pois, em caso de dor abdominal, poderá ser necessária cirurgia para remoção.


3. Objetos que precisam de remoção emergencial, mas se tolera 24h:

Apesar de ser uma emergência, a remoção de alguns objetos ou alimentos específicos que não estão obstruindo completamente o esôfago podem esperar até 24 horas. São eles:

  • Conjunto de ímãs/ímã e metal;

  • Objeto em estômago com menos de 2,5 cm de diâmetro ou 6 cm de comprimento;

  • Pilhas.

4. Objetos que necessitam de monitoramento e atenção, mas não remoção imediata

  • Bateria botão (BB): para evitar endoscopias desnecessárias, nos casos em que a bateria tenha entrado no estômago ou no intestino delgado, devem ser acompanhados de 7 a 14 dias com um raio-x para confirmar a passagem, a menos que ela tenha sido notada nas fezes. Se ela não tiver passado do estômago nesse prazo, a endoscopia se faz necessária.

5. Para os demais casos, basta esperar a eliminação espontânea nas fezes:

Como dissemos anteriormente, na maioria das vezes, os objetos são expelidos naturalmente. Contudo, certos corpos estranhos podem demorar um pouco mais, como é o caso de moedas menores no estômago, por exemplo, que levam até 4 semanas para serem eliminadas.


Percebemos que, apesar de grande parte dos casos não serem graves, a ingestão de corpos estranhos por crianças ainda precisa ser observada com atenção e cuidado. Em caso de dúvidas, sempre consulte com seu pediatra e busque atendimento o mais brevemente possível.


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